Imagens deslumbrantes revelam as profundezas das antigas cavernas glaciais da Islândia.
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O fotógrafo Ryan Newborn se mudou para a Islândia há algum tempo e conhece de perto as cavernas de gelo que cercam seu lar adotivo. Ele veio pela primeira vez para a Islândia em 2018, e hoje se aventura nas grutas congeladas, com grupos de aventureiros, para fotografar não somente as cavernas mas toda a paisagem ao longo do caminho.
Ao Colossal, site especializado em arte, ele contou um pouco sobre a emoção de poder registrar lugares tão magníficos: “Quando você olha para as paredes de uma caverna de gelo, está olhando para o passado, como se estivesse de repente dentro de uma cápsula do tempo que ficou enterrada por 500 a 1.000 anos”, diz Ryan. “Cada bolha de ar que você vê é oxigênio de um período de tempo diferente. Cada partícula de cinza é de uma erupção vulcânica diferente.”
Em suas imagens é revelada a imensidão das massas árticas, suas superfícies lisas e com nervuras e os contornos caprichosos de cavernas e rios esculpidos no gelo. Também é possível ver os exploradores à distância, no final de um túnel rochoso ondulante ou posicionados precariamente sob um aglomerado de pingentes de gelo afiados para mostrar a escala das aberturas.
Newburn explica que ocupar um espaço tão antigo e em constante evolução é uma experiência difícil de fotografar, porque o incessável gotejamento da água derretida, o ruído de rios distantes ou mesmo a interação única de luz e geleira são impossíveis de retratar inteiramente.
“Debaixo do gelo, onde o sol não consegue penetrar”, diz ele, “seus olhos se ajustam lentamente do sol brilhante para as brilhantes paredes de cristal azul profundo da caverna de gelo. Quanto mais seus olhos se ajustam, mais saturado fica o azul. É uma experiência visual surreal que você não consegue transmitir em nenhuma foto.”
Embora tons de azul dominem a maioria de suas imagens, muitas das paredes são transparentes e cristalinas, criando a sensação de que você pode enxergar a extensão congelada por quilômetros. Essa clareza, explica Ryan, ocorre porque o gelo glacial tem baixa oxidação, cerca de 10 a 15% apenas, devido à extrema pressão exercida durante sua formação e que extraiu grande parte do oxigênio da neve ao compactá-la.
Para Newburn descobrir uma nova caverna é uma experiência surreal: “Em um planeta onde quase todas as áreas de terra foram exploradas, a geleira oferece cavernas e estruturas sem fim para descobrir. Isso ocorre porque o gelo está sempre derretendo e formando algo novo que não existia ontem e não existirá no próximo ano. Isso cria uma sensação interminável de desejo de viajar do que vou encontrar a seguir ao explorar.
Se quiser conhecer mais sobre o trabalho de Newburn, ele sempre compartilha suas aventuras glaciais em sua página no Instagram.